quinta-feira, 23 de abril de 2015

Mulheres Prateadas: Anna Muylaert

Fechamos a segunda semana da série de entrevistas "Mulheres Prateadas" com chave de ouro: a cineasta Anna Muylaert nos presenteu com uma rápida entrevista.
Quando convidamos Anna para ser entrevistada, esperavamos receber um grande "Não, obrigada,  estou muito ocupada agora". Porém, a surpreendente generosidade da bela mulher nos contemplou com um sortudo "sim, grata, manda o questionário agora". A resposta veio com uma rapidez ainda mais incrível, duas horas após receber o convite!
Anna concedeu esta entrevista no meio do turbilhão de outras entrevistas e viagens para apresentar seu premiado filme "A que horas ela volta?" (Sundance Festival, Berlinale Festival).

Anna, 51, é casada e mãe de dois filhos, José, 20, e Joaquim, 15. Ela é formada em cinema pela USP, e tem uma longa estrada como roteirista em TV (Mundo da Lua, Castelo Rá-tim-bum, Disney Club, Um menino muito maluquinho, Alice) e cinema (Filhos do Carnaval, O ano em que meus pais sairam de férias, Quanto dura o Amor?), e diretora (Rock Paulista, A origem dos bebês segundo Kiki Cavalcanti, e os premiados longas Durval Discos, É proibido Fumar).

Anna desafia os padrões impostos na sociedade, com humor, inteligência e sensibilidade em sua arte que toca a tantas nós. Assim dedicamos, no mês de seu aniversário, esta pequena e proveitosa entrevista sobre sua relação de empoderamento com sua juba castanha e seus fios prateados.


1.     Qual é a relação que você tem com seu cabelo?

             A relação com os cabelos foi mudando ao longo da vida. No início eram lisos e quando ficaram crespos na puberdade,  passei a não gostar deles. Curtos, cumpridos, louros. Principalmente curtos.  Até que há uns dez anos ficaram cacheados e passei a usá-los longos e gostar deles.

    2.     Quando os primeiros fios de cabelo branco/prata apareceram, como você reagiu e se sentiu? Como as pessoas ao seu redor reagiram, se sentiram e, se caso te aconselharam, quais foram estes conselhos?

            No começo eu quis pintar. Usei hena uma vez e acabou o cabelo.  Cortei e nunca mais fiz nada. Quando fiz 40 anos, fui a Chicago e vi todas as mulheres lindas de cabelo branco, aí comecei a achar cafona pintar o cabelo.  As assistentes e o meu cabelereirono começo, tentavam me convencer a pintar, mas depois desistiram.

3.     Com que freqüência você pintava seus cabelos antes e de que cor(es)?
            Pintei o cabelo só quando era novinha de louro uma vez, de preto uma vez.


4.      Quais foram os motivos que levaram a esta decisão de deixar seus fios brancos/pratas em paz?

Acho que deixar os fios prateados era mais bonito e mais chique.

5.     Como os seus amigos, familiares e estranhos reagem e reagiram a esta decisão?
Ninguém comenta, o cabelo está bom, está tudo certo.


6.     Como você se descreveria em relação aos seus cabelos prateados e a maturidade?
Meus cabelos ainda nao são prateados. Sou morena com cabelos brancos. Acho que aceito os cabelos brancos como aceito o corpo e tudo mais. Faz parte da maturidade a aceitação da vida e suas fases.










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