A série "Mulheres Prateadas", orgulhosamente, apresenta Nádima Nascimento, doutora em Desenvolvimento Sustentável, artista, candidata a deputada distrital e escritora, mulher de muitos talentos que ama a natureza, seus filhos e seus cabelos cor de prata!!
1.
Olá Nádima, conte um pouco de você, da sua trajetória de vida, da
sua profissão e de sua família.
Vim do Rio de
Janeiro em 1961, quando meu pai foi transferido para Brasília. Aqui sempre vivi e estudei em escola pública (304Sul, Escola Parque,
CASEB, Elefante Branco, UnB). Sou Matemática, Ecóloga e Doutora em Desenvolvimento Sustentável. Fui professora do Colégio Militar. Pertenci a equipe
que implantou a Rede Internet no Centro Oeste. Atuei nas mais diversas vertentes
ambientais, da elaboração de políticas, implementação das convenções, a candidata a deputada
distrital pelo partido verde. Especialmente, junto a Convenção de Combate à
Desertificação, estruturei projetos de gestão integrada em saúde ambiental e
municípios saudáveis para o interior do nordeste, e fui especialista da ONU em
Ciência e Tecnologia pela América Latina e Caribe. Tudo junto ao governo. Sou
frequentadora das oficinas do Núcleo de Literatura da Câmara dos Deputados.
Após 2008, dediquei-me a dar suporte a elaboração de projetos em ONGs de amigos
e a replanejar a vida com arte em várias vertentes. Completo 60 anos em 2015.
Fui casada com o físico, Professor Kalil (faleceu ano passado),
com o qual tive três filhos: Murad Skeff (veterinário e trabalha com promoção a
cultura), Narla Skeff (letras e arte) e Nádima Skeff (futebol e nutrição esportiva nos EUA).
Moro na Chácara NasCientes, com meus filhos, onde escrevo livros (ECOSSOCIALIZAR, argumentos para o jovem cidadão socioambiental; Contos e Emaranhados, Vidas Passadas). Sou sensitiva, frequentei muitas linhas filosóficas, religiosas e terapêuticas. Há dez anos estou Budista.
Moro na Chácara NasCientes, com meus filhos, onde escrevo livros (ECOSSOCIALIZAR, argumentos para o jovem cidadão socioambiental; Contos e Emaranhados, Vidas Passadas). Sou sensitiva, frequentei muitas linhas filosóficas, religiosas e terapêuticas. Há dez anos estou Budista.
2.
Qual é a relação que você tem com seu
cabelo?
A melhor possível! Já o mantive bem
curto, a altura do queixo, e agora está abaixo da cintura. Quando faço exercício físicos e
trabalho na terra, os cabelos mais perto da nuca, que tem ainda maior quantidade
de castanhos, ficam suados e
emaranhados. Por isso costumo duas vezes ao ano fazer uma selagem.Também, lavo meus cabelos com shampoo de
preferência sem sal, água sem cloro e o solto naturalmente. Meu cabelo é um pouco crespo, com os
fios brancos ficou mais liso e pesado, facilitou. Só uso shampoo e cremes brancos, porém manchas
de sol e produtos hoje me incomodam menos.
3.
Quando os primeiros fios de cabelo
branco/prata apareceram, como você reagiu e se sentiu? Como as pessoas ao seu
redor reagiram, se sentiram e, se caso te aconselharam, quais foram estes
conselhos?
Eu aos 20 anos já tinha uma pequena mecha, um sinal, foi quando entrou a
henna para tratamento, modismo que eu conseguia com amiga que viera do Egito.
Aos 30 anos os brancos já transpareciam. Aos 38
deixei de passar qualquer coisa. Meu marido achou que eu pintara porque
resolvera deixar como o dele. Minha filha achou que eu estava virando homem, na
creche não havia mulher alguma que tivesse cabelos brancos.
Nesta época eu passei a usar um chanel longo, a
mecha se dividia pelas madeixas da frente. A dificuldade foi encontrar shampoo
adequado. Tudo mancha os cabelos brancos. E o que dizem ser indicados no
Brasil, os roxos, em realidade são para amenizar a cor, deixam acinzentados. Eu
os queria bem brancos. Cheguei a usar shampoo de cachorro branco. Mas até hoje
mesmo tomando cuidado, pelo sol e produtos, ainda não os consegui na brancura
que almejo.
Passei a usar também roupas que combinavam. Assim, meu guarda-roupa tem muito cinza, prateado, azul claro ou
piscina, e preto e branco. Nesse
inicio, as unhas combinavam com o baton, que seriam vermelho ou cereja.
Também percebi que deveria bancar os brancos,
isto é, continuar cuidando do corpo, ter hábitos saudáveis, para que se
tornasse um estilo, não um relaxamento.
Agora mais velha, uso mais estampas cinza e os tons pasteis em contraste. Prefiro indumentária que
tenha relação com arte, já que não preciso mais usar terninho. E voltei às
unhas cristal que gosto muito. Mantenho o corpo com Bambu-Do.
4.
Com que freqüência você pintava seus
cabelos antes e de que cor(es)?
Eu fazia banho de brilho de início de 15 em 15
dias, depois, de semana em semana, por conta do sinal. Primeiro henna natural,
depois vermelha, depois com louro platina.
5.
Você tem noção de quanto economiza
deixando de pintar os cabelos?
Sei que é bastante, principalmente porque o
tenho muito longo. Entre escovas, hidratação, tintura...não menos de 800 reais.
6.
Quais foram os motivos que levaram a esta decisão de deixar
seus fios brancos/pratas em paz?
Não existiram motivos maiores. A tinta, mesmo
em pequena quantidade mata o cabelo, o deixa seco, sem falar na toxidade.
Então, por questões de ser mais saudável, me sentir melhor, o deixei. Me sinto
bonita, legítima...e ainda prateada. Empoderada de mim mesma. Além disso, minha família fica com os cabelos grisalhos ainda quando jovens.
Meus filhos já nasceram com alguns cabelos brancos, hoje com idade entre 25 e 30 anos, eles não pintam os cabelos.
7.
Como os seus amigos, familiares e
estranhos reagem e reagiram a esta decisão?
Há duas vertentes. Familiares e amigas, que
jamais deixariam os cabelos sem tintura até a morte. Estas sempre insistem que
eu ficaria mais nova e bonita se os cortasse e pintasse. Que ficaria mais
moderninha. Inclusive muitos acham que não pinto o cabelo por falta de recursos, eu respondo que eu não era mais feliz há 10 anos. A maioria são mulheres, então
brinco que não entro em concorrência com elas.
E há o eleitorado que o acha bonito, charmoso,
e que me tece muitos elogios. Sou respeitada, muito parada na rua para
lisonjeios. Uma forma de mantê-lo, com a qual brinco, é – se alguém me elogiar
passarei mais três meses sem pintar. Hoje não conto mais, mas não ficava nem
uma semana sem alguma observação positiva. Até crianças já me chamaram de bonita (há as que
choraram de susto também hahah). Estive em Savanna, Geórgia, EUA, ano passado, e foi
incrível, muitas pessoas grisalhas e nunca fui tão elogiada. Uma menina
fotógrafa, que começava a ficar prateada, me falou do sagrado feminino, gostei!
8.
Como você se descreveria em relação
aos seus cabelos prateados e a maturidade?
A palavra-chave é Maturidade. É assumir os louros da idade, da
ombridade, da legitimidade. Ser presenteada com luzes, com os pelos prateados.
Não sou jovem, nem imatura, nem carente, e
muito menos na moda. Gosto de chegar a maturidade. Me sinto bem em ter escolhas,
e liberta de situações causadas por um desconhecimento de mim mesma. Sei que
não agrado a todos, mas nem todos agradam a mim. Estou assim agora,
envelhecendo de forma saudável e de cabelos brancos, só isso.
Lindeza!!! É de OURO!!!
ResponderExcluirFantástica a sua entrevista, Nádima querida e também maravilhosos seus cabelos.
ResponderExcluirLinda!!! Que maravilha saber que tantas mulheres belas e maravilhosas adotam a mesma prática que eu.
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