sábado, 25 de abril de 2015

Poesia Prateada de Teresa Vignoli

Outro dia recebi na minha linha do tempo um presente maravilhoso, um poema curto da poetisa Teresa Vignoli.
Sem nos conhecermos, mas com vários amigos especiais em comum, ela com sua linda cabeleira prateada, deixou sua mensagem de beleza e aceitação ao me aceitar como amiga dela numa destas redes de amizade online.  Depois ao conversarmos mais por sms, ela compartilhou outro lindo poema, sobre maturidade e envelhecer. Quando leio e releio estes poemas, meu pensamento abre um sorriso, e penso: sim, fiz a escolha certa ao ter aceito quem eu sou, meus pratas, e minhas rugas. Mesmo que nesta escolha pela maturidade, eu tenha que escutar  a "senhora" etc e outros nomes que rimam com "granny look", a nova moda de pintar de cinza os cabelos em 2015. Acabo de me apaixonar por quem eu estou me tornando, isso é autentico, é verdadeiro.
Gratidão, Teresa, pelo regalito que acende minha alma de uma luz calma e prateada e atira uma pedra na imagem narcisista que temos de nós mesmos! Compartilho aqui o carinho e a sabedoria delicada de seus versos, como antepasto de sua entrevista que sairá num futuro breve aqui neste blog.


_____Pincéis de vento_____
Poética prata nos cabelos
pintada pelos passos na estrada.
A beleza do Tempo
acolhido em nossos braços,
a serenidade de estar em cada idade.
A estética da alma é calma.


 _____Metanóia_____
Transparente
vai ficando
o toque dos olhos
na vida.


Transparente e cálido
o contorno do corpo,
avesso do contorno do mundo,
vidro vivo se torna
no cume da montanha.


Subimos ofegantes os anos opacos,
as pernas rápidas,
brilhos nas matas,
brilhos nos homens.

Até chegar ali:
no patamar do nada.


O espelho do lago assusta
mostrando os traços já cansados,
até que uma pedra sábia
sacode em círculos nossa
imagem:

a transparência mostra
a fina juventude da alma,
conquistada com as rugas.

5 comentários:

  1. Renata querida, adorei ter conhecido você! É uma honra e uma alegria estar hospedada nesta sua linda casa virtual. Um beijo matinal, ao som de passarinhos.

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  2. rsrs... O comentário saiu 3 vezes, não sei porque. Excluí as repetições, mas ficaram os rastros... nos astros... rs. Beijokas.

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  3. Teca querida, são rastros digitais de um cometa de alegria, que por sinal a alegria é também minha ao compartilhar de sua arte poética neste espaço prateado. boa noite de lua crescente com os grilinhos!

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